Alguém tem o telefone do jornal "O Crime" ?

sexta-feira, novembro 14, 2008

«O Crime noticiou, em manchete, o homicídio bárbaro, mas a vítima "ressuscitada" diz não à morte e garante, a pés bem juntos, que está bem de saúde. Mais uma prova, talvez definitiva, de que O Crime compensa...»

Somos um país de descobridores, rapaziada. Sempre o fomos e vamos continuar a ser. Descobrimos um país onde mais ninguém o via. Descobrimos caminhos rumo às riquezas e à glória. Descobrimos, imagine-se, a cura para o escorbuto. Somos um povo brilhante mas .. dicotómico. Se, por um lado , nos está no sangue este espírito guerreiro, destemido e idealista, por outro, está um espírito auto-destrutivo e masoquista cada vez mais característico e singular. Anthímio de Azevedo um dia vaticinou: "Portugal, um dia, será o Brasil da Europa". A profecia cumpre-se mais um vez. Caminhamos para o abismo, para o caos, para auto-destruição. O crime deixou de ser "saudável".

Hoje em dia, mata-se em nome de qualquer coisa, por uns trocados, por uma entrada na discoteca, por medo, pela pátria, por uma chiclete, enfim, mata-se por tudo e por nada. Mas meus amigos se conseguem ser imunes a esta questão, imaginem aqueles filhos, pais, esposas, sogras que estão em casa, à espera do seu familiar, e recebem a notícia que este foi morto sem qualquer justificação aparente. Cá para mim deveríamos voltar à regra do aguerrido olho por olho, dente por dente. Matou, violou, maltratou, paga na mesma moeda (*). Contudo continuo convencido que podemos estreitar esta dicotomia. Seria até vantajoso, senão reparem; Portugal está a perder aquilo que, até há bem pouco tempo, nos tornava únicos no mundo. Que outro país se podia gabar de ter nos escaparates "Idoso mata vizinho à sacholada por causa de rego de água" ou "Guerra de pêssegos entre vizinhos provoca uma vítima mortal" ou ainda "Ele violou-nos a todas, as minhas filhas, e nem a cadelinha Pitucha escapou"? É em nome desta nobre tradição (secular) que aqui estou. Eu e o jornal O Crime, que dá cobertura a estes casos fascinantes que tanto prestigiam o crime português. Mas este movimento carece de massas. E este é um problema sério que todos em uníssono devemos tentar resolver. Segundo informações privilegiadas (a fonte é segura) o jornal O Crime tem uma tiragem média na ordem dos 30.000 exemplares. Queremos quadruplicar este número! São manchetes como esta que fazem soltar a gargalhada guerreira do povo português. São manchetes (mentirosas) hilariantes e bizarras como esta que nos dão forças para continuar.

(*) - Esta tese é válida apenas para aos crimes dos urbanitas. Veneno de rato? Cicuta? Pó de vidro? Diluente? Crimes passionais? Assalto ao BES? Caso Maddie? Viva à ruralidade! Viva O Crime!
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Cuidado com os teleféricos.

7 comentários:

Anônimo disse...

"Ele violou-nos a todas, as minhas filhas, e nem a cadelinha Pitucha escapou"

Fonix! Isto é mesmo verdade?

HAHAHAHAHAHAHAHAHAH

Anônimo disse...

Mas tu arranjas cá cada uma :)
Aonde é que desencantaste esta?

Tá fixe puto.

Anônimo disse...

Jornal O Crime

R. Alexandre Herculano 1, 1º, E Lisboa, LISBOA, LISBOA 1150-005

Tel: 213554394


é ir ali, controlar a rotunda e tas la!

Ivan Mota disse...

Isso é integralmente verdade. Segundo ouvi na prova oral, foi a manchete do jornal há 5 anos e picos atrás. Brilhante não é?

Ivan Mota disse...

obrigado maluco! promover O Crime é o mínimo que posso fazer por este jornal.

Ivan Mota disse...

"controlamos" as rotundas todas!

Ritz B' disse...

Conseguiste chocar-me :x

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