O Acordo Ortográfico (1)

segunda-feira, junho 01, 2009

«Segundo julgo ter percebido, e corrijam-me se estiver enganado, haverá algumas coisas em que o uso será facultativo e outras em que a mudança será obrigatória. Por exemplo - óptimo. O «p» vai desaparecer definitivamente, o que me leva a concluir que a Optimus vai gastar um balúrdio chorudo para mudar o seu logótipo..»

O Português ou a Língua Portuguesa, como preferirem, é, hoje, uma das línguas mais faladas do mundo. Segundo as estatísticas surge, com duzentos e quarenta milhões de falantes, no quinto lugar, logo a seguir ao chinês, ao inglês, ao russo e ao espanhol. É a língua nacional em Portugal e no Brasil, e é considerada a língua oficial em Angola, Cabo-Verde, Moçambique, São-Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné-Bissau. Com o objectivo de cimentar a união, de simplificar e, acima de tudo, uniformizar a língua surgiu a hipótese: Acordo Ortográfico. Os mais críticos falam em atentado à identidade. Há quem fale em subjugação crónica. No meu ponto de vista, tudo não passa de uma evolução necessária. Concordo com tudo o que facilite a comunicação no espaço amplo da lusofonia. De certa forma, é a velha questão da unicidade versus unidade. Eu não acredito em unicidades mas sim em unidades - a lusofonia deve agir como um todo e se isso passa por alterar detalhes de crosta como a grafia - não vejo porque não. É preciso perceber que apesar de partilharmos (em teoria) uma língua, na prática existe um Português do Brasil, um Português de Portugal, etc; Digam-me sinceramente: Que sentido fará isto? A evolução é um passo necessário. É preciso não esquecer que hoje escrevemos de maneira diferente da que escreviam individualidades como Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Eça de Queirós ou Fernando Pessoa - e ainda bem! digo-vos eu...

Aproveitem e leiam a opinião do Diogo sobre este assunto. Qualquer dúvida sobre o novo acordo ortográfico consultar este site.
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Cuidado com os teleféricos.

27 comentários:

Margarida disse...

Pois eu digo... Sou absolutamente contra esse acordo!... Unidade? Porquê? Não falamos sempre de maneira parecida (e não igual)? Então porque não continuar assim? Eu aprendi a escrever "adoptar", por exemplo, e é assim que deveria continuar a escrever sem que seja considerado erro!

Brid disse...

Eu entendo as razões do acordo e concordo que seja feito, apesar de não ser fácil adaptarmo-nos à mudança. O português é uma língua viva e, como tal, está sujeita a alterações ao longo do tempo.

Nota: Muito gostas tu de laranjas e bananas! LOL

Matryoshka disse...

As línguas têm uma dinâmica prórpia e essa é a sua evolução natural. Na tentativa de se "aproximar" os vários tipos de Português, parece-me mais lógico e inteligente que as restantes se ajustem à língua-mãe e não o contrário. Digo-o enquanto falante e enquanto trabalhadora numa editora.

Enfim... Vamos ver no que isto dá!

;)

Sandra disse...

da mesma forma que há o british english e o american one.. qual é o problema? uma parvoíce termos que mudar tudo.. whateveeeer *

~ rita disse...

Eu ia dizer mais ou menos o que a Matryoshka disse, até porque continuo a ser reticente em relação a esta questão. Mas a evolução é uma coisa sempre natural e necessária, e não me parece que possamos lutar contra ela.

Anônimo disse...

Mas há sempre os jogadores capazes de travar o grande Jardel. ;D
{A língua portuguesa está a desfalecer.}

Carolina disse...

a origem das palavras ao que parece hoje em dia já não interessa para nada. Se é para começar a escrever as palavras tal como elas nos soam então o h quase que deixa de existir. Em helicoptero também eliminam o p não é verdade? Sendo assim, proponho que passemos todos a escrever o nome do nosso país como portugau. É assim que se diz daquele lado do oceano.

Carolina disse...

Acho muito bem que a nossa língua se aproxime da língua dos nossos irmãos porque estou farto de ir ao café e ouvir a empregada dizer "oi?" "oi?". O acordo ortográfico vai-nos aproximar muito mais dos nossos irmãos! LOL

Carolina disse...

não posso concordar com esta mudança e não simplesmente porque não gosto .. acho isso sim que a nossa identidade devia ser mantida

Carolina disse...

Tirar o hífen de hei-de? essa é que eu não conhecia. Acho mal, estamos a tornar a língua demasiado simplificada, já para não dizer abrasileirada mas isso é com eles. como país de língua-origem devíamos poder manter a nossa identidade que tb passa pela língua.

Ivan Mota disse...

Não te preocupes "Viriato". Helicóptero continuará com o seu P no sítio porque o articulamos e escrevemos. E segundo julgo saber, nos H's não se mexeu nem vai mexer.

Ivan Mota disse...

Não é liquido que estejamos a desprezar a origem das palavras. A grande parte das vezes são os brasileiros que sustentam a proximidade etimológica. Quero com isto dizer que há uma cedência de parte a parte para que tal seja possível. Não é só o Português de Portugal que muda ;)

Ivan Mota disse...

Boa pergunta Carolina. Como resultado da minha pesquisa concluí que o hífen tem 4 funções essenciais:

1- Translineação: para dividir a palavra quando transita de uma linha para outra (o acordo não vai alterar nada a este respeito).

2 - Sintáctica: para ligar os pronomes pessoais - o/os/a/as/me/te ao verbo - deu-me, vi-os (aqui também não há alteração nenhuma).

3 - Discursiva: por exemplo, direcção Norte-Sul. O acordo nada alterará também.

4 - Morfoléxical: para formar palavras derivadas por prefixação de outras. Mudando assim os prefixos. Exemplo: Antieuropeu, Antiaéreo, Anti-ibérico já leva hífen porque tanto o primeiro elemento como o segundo terminam na vogal "i". (É a única diferença aqui)

Quero com isto dizer que, quando temos um hei-de ou hás-de a função do hífen é meramente casual.

Teríamos que desse modo usar também o «de» em "havemos-de" e em "hão-de". Percebes?

Emiliaa disse...

Ahaha, sim xD

Relativamente ao teu texto, não concordo com o acordo ortográfico por uma simples razão, a Língua que se fala em Portugal é diferente da Língua que se fala no Brasil ou nos PALOP, o português que nós falamos é diferente, ainda que o idioma seja o mesmo. É como o inglês da América e o do Reino Unido, ou como o espanhol de Espanha, ou o da Argentina, ainda que os idiomas estejam na mesma base, as maneira de falar é diferente. E este acordo ortográfico vai contra algumas regras que temos quando falamos, em português, e isso para mim não faz sentido, nenhum até.

Cat disse...

Eu sou total e absolutamente CONTRA. Como já disseram aí, a uniformização deveria passar por aproximar à língua original e não por adaptar a original às outras. Não está certo. Não gosto.

'stracci disse...

Sou completamente contra o acordo. Não faz sentido algum, já que nem consegue cumprir os objectivos a que se propõe. Se é para uniformizar para que é que se torna possível escrever as palavras de várias formas e ainda mais do que até agora, com a introdução do K, W e Y? Além disso não há qualquer necessidade e considero, como referiste, que este acordo é um «atentado à identidade».
E pronto, já pus ali um NÃO.

Ritz B' disse...

GRANDA IVAN :D

Danny disse...

ponto de vista válido e fundamentaste-o muito bem.
eu, por outro lado, sou contra o acordo por uma simples questão de acomodação. eu estou bem assim, e não quero mudar. Podem não ser os motivos mais nobres para não querer esse acordo, mas pronto.

Wilson disse...

A única coisa que concordo no NAO [Novo Acordo Ortográfico] é a inclusão das letras K, Y e W, por razões óbvias.

Embora seja contra o NAO, gostei do teu ponto de vista. Mas estou mais de acordo com a Matryoshka.

Além disso temos mais em que pensar do que no Acordo Ortográfico, ainda que isto venha de alguns anos a esta parte.

E tenho pena do Belmiro que vai gastar balúrdios a mudar o logo da Optimus ;)

Wilson disse...

Ah! Pus um "Talvez", por causa daquilo de concordar com a inclusão do K, Y e W.

Lady Me disse...

Eu não sei se concordo! Ainda estou muito reticente quanto a este assunto. Acho que vai ser muito estranho uma "facto" passar a ser um "fato" como um "fato de vestir"... Faz-me confusão e se for avante vai ser um processo muito demorado, difícil, complicado... Etc.

*

Li disse...

Concordo com o que dizes, mas confesso que me vai custar muito tirar o p do óptimo (aproveitando o teu exemplo). Acho que não faz mal haver diferenças entre as várias formas do português. Também há diferenças entre o inglês falado em inglaterra e o falado nos EUA. Se bem que perceba que se devem aproximar. Olha, é como tudo...tem vantagens e desvantagens. Vai custar a adaptação, mas secalhar tem mesmo de ser.

:)

bjitos

Seasoing disse...

Para mim continuarei sempre a escrever o português que eu aprendi

Selenyum disse...

Eu preferia continuar a escrever o meu mau português de sempre. Se bem que tudo é melhor do que o pitez, que isso sim é um autentico assassínio!

Gema disse...

Não sou nada a favor do novo acordo ortográfico e digo-te que jamais deixarei de utilizar o antigo (óptimo com P e afins).
Foi esse o Português que aprendi, não acho que esteja correcto ter de sermos nós a ajustar-nos á linguagem dos outros povos. Desculpa mas é a minha opinião.
Bjs

Wilson disse...

Só para dizer que ganhaste um prémio :P
Sabe mais no meu blog.

Daniella @ Starbucks disse...

Eu discordo do acordo. Ao princípio pensava também que se era para mudar, o Brasil é que devia mudar - mas isso é uma forma de pensar extremamente preconceituosa. Dessa forma, concordo com o que dizes no post. Mas também, se a língua evoluiu naturalmente até agora, para que vamos nós de andar com acordos e essas burocracias? A isso chama-se interferir e normalmente nao dá bom resultado. Era deixá-la continuar a mudar por si própria.

A inclusão do "k", "y" e "w" no alfabeto não me faz qualquer diferença. Parece-me um pouco inútil, isso sim. Provavelmente, só se vai revelar na inclusão de mais palavras estrangeiras na nossa língua.

E agora um argumento que vai provavelmente soar muito fútil... mas eu acho muito mais bonita a maneira como escrevemos o português agora. Os "p", "t" e outros que se escrevem mas não se dizem são, na minha opiniao, um dos aspectos que torna a nossa língua única.

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