Copenhagen 2009

domingo, janeiro 10, 2010

«Olha-me aquelas nuvens. É hoje que nos cai o céu em cima, vai uma aposta?»

A questão das alterações climáticas está na ordem do dia. Mas as mudanças do clima não são uma novidade no nosso planeta, ocorreram no passado, há centenas de milhares de anos, e provocaram grandes contrariedades aos nossos antepassados. Esta questão, que de fácil análise nada tem, é um problema real e, não há a menor dúvida, é causado, em parte, pela Humanidade. A questão central é: o que podemos fazer de positivo e quais serão os custos? Sem querer parecer imprudente, penso que devemos concentrar-nos na forma de fazer as coisas de maneira mais inteligente. Temos de ter consciência que a maioria das pessoas do mundo não morre das alterações climáticas, mas sim de um conjunto de problemas de fácil resolução - má nutrição, doenças infecciosas. Na verdade, 1/4 da população mundial morre deste tipo de problemas. Se afirmamos preocupar-nos com o futuro do mundo e se nos preocupamos com quem vive nele, temos de assegurar que também resolvemos esses problemas e que não nos focamos exclusivamente em alterações climáticas. Sim. As alterações climáticas são extremamente importantes mas, se olharmos para a quantidade de pessoas que estão a lucrar com esta problemática (circulam dezenas, talvez centenas de milhões de dólares) percebemos que gastar dinheiro em diques (como em New Orleans) ou redes de mosquito (para a malária, em África) não têm o mesmo impacto financeiro em parte porque é muito mais barato, há menos a lucrar. Este sistema tende a dar demasiado ênfase ao medo, convém não esquecer isso. Não significa que o problema não exista, nem que a maioria da investigação feita não é excelente ou preciosa, significa, isso sim, que o contexto em que estamos a encarar este facto não é o mais conducente para se fazerem boas escolhas. Quando estivermos no século XXII terão acontecido muitas outras coisas que tiveram um impacto muito maior nas nossas vidas do que as alterações climáticas. Não quero, reforço este ponto, minorar as alterações climáticas, mas coloca-las em perspectiva.
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Cuidado com os teleféricos.

3 comentários:

Anônimo disse...

:O Não reparei que tinhas publicado um post sobre as alterações climáticas... rats!

Concordo contigo em vários pontos. Penso que há muita gente a lucrar com as alterações climáticas, e que muitos dos problemas da humanidade continuam sem solução (porque quem pode fazer alguma coisa, não o faz). Mas também penso que, apesar de todo o aparato sobre as alterações climáticas, ainda há muito poucas pessoas que entendem realmente o que se está a passar. Há pouca informação de qualidade, na minha opinião, já que combater as alterações climáticas não passa somente por ser "amigo do ambiente" e reciclar. É algo bem mais profundo.

De qualquer forma, acho que antes de irmos todos pelo "canudo" com as alterações climáticas, o fim do petróleo está bem mais perto do que isso, e sendo que a nossa sociedade é altamente consumista e ainda não temos nenhuma forma concreta de a podermos sustentar sem o "ouro negro" (apesar de já se estar a trabalhar nisso)... muita coisa irá mudar.

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Kika disse...

É uma, muito boa, perspectiva!!!

Barista disse...

Permite-me discordar que a má nutrição e as doenças infecciosas são problemas de fácil resolução. Talvez devêssemos antes começar, a título de exemplo, por não lançar o papel da pastilha elástica e a beata do cigarro para o chão das ruas ou por usufruir do gás, da água e da electricidade tanto quanto na realidade necessitamos, pois isto sim representa um verdadeiro conjunto de problemas de fácil resolução, que inclusivamente poderá mitigar problemas de calibre superior.

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